À primeira vista, vender um imóvel a um familiar pode parecer o cenário ideal: há confiança, menos formalidade e, muitas vezes, uma intenção genuína de facilitar o negócio.
Mas será mesmo assim tão simples?
A verdade é que as vendas entre familiares exigem tanto (ou mais) cuidado do que uma venda tradicional — e ignorar certos detalhes pode resultar em complicações legais, fiscais ou até no bloqueio da escritura.
Neste artigo, explico tudo o que deve saber antes de vender a um familiar.
Por mais que haja confiança mútua, a venda deve ser feita com o mesmo rigor legal e documental que qualquer outra.
Isso significa:
Redigir um Contrato Promessa de Compra e Venda (CPCV)
Ter todos os documentos atualizados
Garantir que o imóvel está legalizado e pronto para ser transmitido
A informalidade pode sair cara mais tarde.
Estes documentos são sempre necessários, independentemente de quem for o comprador:
Certidão Permanente do Registo Predial
Caderneta Predial Urbana
Certificado Energético
Licença de Utilização
Plantas do Imóvel (se existirem)
Se for um imóvel herdado, pode ainda ser necessário:
Documentos de partilhas
Escritura de habilitação de herdeiros
Mesmo tratando-se de uma venda entre familiares, existem custos legais e administrativos que não podem ser ignorados:
Escritura pública (300 € a 700 €)
Emolumentos notariais
Possíveis impostos associados (IMT, IS)
Certidões e documentação adicional
💡 Dependendo do grau de parentesco, poderá haver isenção de IMT — mas só se cumprir certos critérios. Informe-se bem.
As vendas entre familiares são sempre alvo de atenção por parte da Autoridade Tributária.
Isto porque:
✅ Se o valor da venda estiver muito abaixo do valor de mercado, o Estado pode aplicar uma correção fiscal e exigir imposto sobre o valor real.
✅ Deve sempre existir uma avaliação justa e documentada do imóvel.
Mesmo entre pais e filhos, irmãos ou tios e sobrinhos, é essencial:
Formalizar todo o processo com apoio profissional
Esclarecer todas as condições (preço, prazos, cláusulas)
Evitar “acordos verbais” ou promessas vagas
A memória falha. O papel não.
Vender um imóvel a um familiar não é apenas um gesto de confiança — é um processo legal que exige responsabilidade, planeamento e transparência.
Se está a pensar dar esse passo, o melhor é fazê-lo com acompanhamento profissional desde o início.
✅ Evita erros
✅ Ganha tempo
✅ Protege as duas partes
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