🏡 Vender um Imóvel a um Familiar: É Mesmo Assim Tão Simples?

À primeira vista, vender um imóvel a um familiar pode parecer o cenário ideal: há confiança, menos formalidade e, muitas vezes, uma intenção genuína de facilitar o negócio.
Mas será mesmo assim tão simples?

A verdade é que as vendas entre familiares exigem tanto (ou mais) cuidado do que uma venda tradicional — e ignorar certos detalhes pode resultar em complicações legais, fiscais ou até no bloqueio da escritura.

Neste artigo, explico tudo o que deve saber antes de vender a um familiar.

❗ 1. Confiança não dispensa formalidade

Por mais que haja confiança mútua, a venda deve ser feita com o mesmo rigor legal e documental que qualquer outra.
Isso significa:

  • Redigir um Contrato Promessa de Compra e Venda (CPCV)

  • Ter todos os documentos atualizados

  • Garantir que o imóvel está legalizado e pronto para ser transmitido

A informalidade pode sair cara mais tarde.


📑 2. Quais os documentos obrigatórios?

Estes documentos são sempre necessários, independentemente de quem for o comprador:

  • Certidão Permanente do Registo Predial

  • Caderneta Predial Urbana

  • Certificado Energético

  • Licença de Utilização

  • Plantas do Imóvel (se existirem)

Se for um imóvel herdado, pode ainda ser necessário:

  • Documentos de partilhas

  • Escritura de habilitação de herdeiros


💶 3. Custos envolvidos — sim, existem!

Mesmo tratando-se de uma venda entre familiares, existem custos legais e administrativos que não podem ser ignorados:

  • Escritura pública (300 € a 700 €)

  • Emolumentos notariais

  • Possíveis impostos associados (IMT, IS)

  • Certidões e documentação adicional

💡 Dependendo do grau de parentesco, poderá haver isenção de IMT — mas só se cumprir certos critérios. Informe-se bem.


⚖️ 4. E quanto às Finanças?

As vendas entre familiares são sempre alvo de atenção por parte da Autoridade Tributária.
Isto porque:

✅ Se o valor da venda estiver muito abaixo do valor de mercado, o Estado pode aplicar uma correção fiscal e exigir imposto sobre o valor real.
✅ Deve sempre existir uma avaliação justa e documentada do imóvel.


📌 5. Evite conflitos: ponha tudo por escrito

Mesmo entre pais e filhos, irmãos ou tios e sobrinhos, é essencial:

  • Formalizar todo o processo com apoio profissional

  • Esclarecer todas as condições (preço, prazos, cláusulas)

  • Evitar “acordos verbais” ou promessas vagas

A memória falha. O papel não.

💬 Conclusão

Vender um imóvel a um familiar não é apenas um gesto de confiança — é um processo legal que exige responsabilidade, planeamento e transparência.

Se está a pensar dar esse passo, o melhor é fazê-lo com acompanhamento profissional desde o início.
✅ Evita erros
✅ Ganha tempo
✅ Protege as duas partes

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